30 de outubro de 2009

Satyrianas


SATYRIANAS 2009 traz 78h de teatro, música, cinema e artes plásticas


Comemorando 20 anos de história, a Cia. de Teatro Os Satyros, da Cooperativa Paulista de Teatro, realiza a 10ª edição da “Satyrianas – Uma Saudação à Primavera” nos dias 30 e 31 de outubro, e 01 e 02 de novembro. Reconhecida na cidade e, a partir deste ano, incluída no Calendário Oficial do Estado de São Paulo, a festa de teatro tem duração de 78 horas ininterruptas, e acontece na região da Praça Roosevelt e outras regiões da cidade, com o apoio do Departamento de Expansão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo e da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

Sobre a Satyrianas

O evento começou em 1991, quando Ivam Cabral e Fauze El Kadre começaram a passar trote por telefone para uma lista de nomes de artistas. Uma das vítimas foi a cantora Vanusa, que caiu no conto e topou participar do falso evento. A partir de então, Ivam e Fauze decidem levar a história a sério, e já na primeira edição da Satyrianas, o evento teve a participação de Antonio Fagundes, Débora Bloch, Diogo Vilela, Aguillar, Nelson de Sá, Moacyr Góes, Celso Nunes, Eliane Robert Moraes e Dib Carneiro Neto, entre outros, em uma jornada de 24 horas.

Desde então, participaram da Satyrianas as seguintes personalidades das artes cênicas, música, literatura e cinema: Paulo Autran, Adriane Galisteu, Antônio Fagundes, Raul Cortez, Bárbara Paz, Maria Adelaide Amaral, Gianfrancesco Guarnieri, Carmelinda Guimarães, Guilherme Weber, Lauro César Muniz, Mariana Ximenes, Thiago Fragoso, Barbara Bruno, Petrônio Gontijo, Rubens Edwald Filho, Gero Camilo, entre outros.

Em 2007, Os Satyros foram agraciados com o Prêmio Especial da Crítica da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) pela realização da Satyrianas. Já na edição do ano passado, passaram pela Praça Roosevelt 30.000 pessoas, durante as 78 horas do evento, que conferiram 302 atividades apresentadas.

mais informações no site:
http://satyros.uol.com.br/noticia.asp?id_destaque=1




28 de outubro de 2009

CARAOCOROA?







Nesta quarta-feira, o pessoal de "BH" estreiam a peça "Carocoroa?" na Feira Cultural da Escola Pedro Aleixo, no Barreiro (Belo Horizonte). A entrada é gratuita ea apresentação começa às 20hrs.






Muiiita Merda pra vocês!!!

22 de outubro de 2009

Núcleo Pandora "BH"



(Foto de "A Igreja do Diabo", Filipe e Lucas)



Como todos sabem, agora existe um "Núcleo BH" do Pandora. Nesse primeiro semestre de 2009, Filipe Dias e Lucas Vitorino deixaram a terra da garoa e foram pra do cafezin com pão de queijo. A proposta do Grupo é continuar e expandir o trabalho feito em São Paulo, abordando a linguagem do teatro de rua e a interação com o público (que começou, principalmente, com A Revolta dos Perus). E sempre com a mesma base: disseminar, através da arte, a consciência de que "todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de gozar do processo científico e dos seus benefícios" (Declaração Universal dos Direitos Humanos).

Blog: http://grupopandorabh.blogspot.com/

Merda pra vocês, queridos!

MANIFESTO ARTE PELA BARBÁRIE

Ave, Senhores! Nós, que admiramos a vida, vos saudamos.

Nós, artistas, trabalhadores descartados como a maior parte da população; nós, que nos reunimos em grupos para, coletivamente, criar outra forma de produzir e existir diferente dos cárceres privados das empresas; nós, que pensamos e vivemos diferente dos Senhores, vejam só, vos saudamos.

Ave, Senhores! Nós, que teimamos em sonhar, vos saudamos.

Os senhores certamente nos conhecem: nos últimos vinte anos dada a capilaridade do nosso fazer artesanal e cotidiano, embrenhamos o nosso teatro na vida e na geografia de todo o país. Foi assim que algumas conquistas nossas impediram o saqueio cultural definitivo. A disputa por uma arte e uma cultura de relevância pública como parte das prioridades de estado, fomentaram a partir de leis e propostas democráticas, a construção de uma consciência crítica, a ponto da questão cultural fazer parte das discussões mais candentes do dia-a-dia.
É por isso que nós, que fazemos no palco, a radiografia estética de sua civilização, de sua violência, guerra e morte, do seu desmanche de seres humanos, de seu mercado falido, de sua apropriação privada do mundo e de homens; nós, que ousamos sonhar hoje para recriar a humanidade de amanhã, vos saudamos. Por que lutamos para parar a lógica da desordem que é a concorrência e a guerra entre tudo e todos em nome do lucro, da propriedade privada, da acumulação de riquezas nas mãos de poucos.

Nós, que existimos, produzimos, criamos sonhos, idéias, seres humanos. Mas não fabricamos, não podemos e nem queremos fabricar lucros. Não somos, não queremos ser e não acreditamos em vossos valores e parâmetros de eficiência e auto-sustentabilidade. Existimos. Somos o outro de vós, a outra voz, outro corpo, outro sonho. E nos afirmamos enquanto forma de produção e enquanto criação estética de pensamento e seres humanos.

É desse lugar que, mais uma vez, cobramos as promessas por uma sociedade mais justa, onde todos teriam direitos iguais. Mas como isso será possível se 13% do orçamento da cidade de São Paulo e mais de 30% do orçamento do Brasil vão direto para os cofres dos banqueiros, sem nenhuma discussão da sociedade? Como encarar a cultura como direito de todos, se a Prefeitura da maior cidade do país e o governo da União destinam menos de 1% de seus orçamentos para a cultura? Como justificar uma divisão de recursos públicos que destina 200 milhões ao Fundo Nacional de Cultura e 1,4 bilhões ao marketing das grandes corporações através da renúncia fiscal, da famigerada Lei Rouanet? Que reserva 38 milhões para o Teatro Municipal de São Paulo, 10 milhões para TODOS os demais núcleos teatrais da cidade e praticamente nada para os demais? É pouco para o Teatro Municipal, é pouco para os grupos e é pouco para a arte e a cultura da maior cidade do país.

Esses números traduzem a ausência de políticas públicas de Estado, a ausência da própria política: os governos e os espetáculos informativos da mídia privada apenas operam como gerentes e administradores dos negócios do mercado.

Ave, Senhores! Ironicamente, apenas cobramos a realização da sua República e das suas leis. Exigimos investimentos na cultura, entendida como direito extensivo a todos, direito que o mercado não consegue, não pode e não quer concretizar. É simples assim: que o Legislativo legisle e o Executivo execute uma política pública de Estado, e não de governo, nas três esferas – municipal, estadual, federal, através de:

1) programas públicos – e não um programa único de ‘incentivo’ ao mercado – estabelecidos em leis, com regras e orçamentos próprios a serem cumpridos por todos os governos; programas com caráter estrutural e estruturante;

2) Fundos de Cultura, também através de leis, com regras e orçamentos próprios, como mecanismos para atender – para além do governo de plantão – as necessidades imediatas e conjunturais, através de editais públicos.

É hora de aumentar o orçamento do Programa de Fomento em São Paulo, aumentando o número de grupos dentro do programa e criando a categoria de núcleos estáveis; é hora de criar o Fundo Estadual de Arte e Cultura, engavetado no governo passado; é hora de desengavetar nossa proposta de lei que cria o Prêmio Teatro Brasileiro para todo o território nacional.

Fora isso, é o império mercantil, a exclusão, a violência, a morte.

Ave, Senhores! Nós, bárbaros, ao reafirmarmos a vida, vos saudamos.

22 segundos de Arte "PELA" Bárbarie...



O terrorismo poético dos artistas da cena


Imobilizados por 22 segundos, atores querem arte 'pela' e não mais 'contra' a barbárie
Beth Néspoli, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O espectador acompanha um espetáculo e, subitamente, os atores congelam uma cena por um tempo que parece longo. Finalmente, um deles diz: 22 segundos de "arte pela barbárie". E a peça continua como se nada houvesse acontecido, sem explicações. Quem não tem coragem de perguntar ao final, sai intrigado. Tal "ação poética" ocorreu no sábado em Veleidades Tropicaes, montagem da Cia. do Feijão, que faz uma espécie de diagnóstico político do Brasil. Para entender veja o vídeo no Youtube: De saída, provoca estranhamento ouvir ‘arte ‘pela’ barbárie" de atores que tiveram participação ativa no movimento político que ficou conhecido como Arte ‘Contra’ a Barbárie. "Desde o início, um professor já alertara para a inversão desse conceito, uma vez que esta civilização baseada no capital e no lucro precisaria de invasões bárbaras para mudar", diz Pedro Pires, diretor do Feijão.Daí a frase agora incorporada em mais uma forte mobilização do mesmo movimento por políticas públicas para as artes. Desde sábado, tal ação de congelamento vem sendo realizada em mais de 40 espetáculos criados por grupos engajados (confira abaixo). E esses artistas prometem tomar conta da cidade no dia 22 de setembro com o que estão chamando de terrorismo poético. "Queremos criar ações que sejam artísticas, pois essa é a nossa expressão", diz Pedro. Planeja-se congelamentos pelas ruas da cidade e ‘ataque de aviões de papel’. O ‘alistamento’ de artistas pode ser feito pelo email cardere@gmail.com. Paralelamente, comissões reduzidas estão estudando leis de fomento ao teatro de outros países, como Inglaterra, Argentina, Chile e França, e levantando dados sobre orçamentos para a cultura. Bom ficar atento. Ao que tudo indica, vem outra onda de mobilização teatral por aí.

FONTE: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090826/not_imp424808,0.php


Blog: http://artepelabarbarie.blogspot.com/